Na TV estava a dar uma série daquelas de meter o nariz – e principalmente os olhos - na casa das pessoas. Este é daqueles que, se visto sob certo prisma, acaba por ser um serviço público porque trata pessoas que acumulam em demasia, o que é doentio. Por outro lado, e é precisamente o outro lado, o programa mostra pessoas que limpam as suas casas em demasia, o que também é doentio. Em suma, uns com a casa suja até mais não e cheia de tralha, outros com a casa profundamente limpa e desinfectada. Neste último grupo estava um homem ao qual achei um piadão. Exibia grande aprumo, não só ao nível da limpeza como no mais ínfimo pormenor, tudo na sua casa estava alinhado. Mas tudo. Desde livros a quadros, os talheres todos virados para o mesmo lado, as cortinas simétricas, os ganchos com a mesma distância uns dos outros, as dobras iguais, quais ponta aqui ponta ali quais quê, na na ni na não, nada disso, tudo a bater certo. Estas questões quase parecem cruéis, jamais se consegue simetria seja lá no que for. Bom, então qual foi a piada? Foi que o mesmíssimo homem tinha uma dentição deveras desalinhada. Mesmo. Mas que encavalamento que para ali estava 'migos...
Sem comentários:
Enviar um comentário