Lisboa está silenciosa e deserta. Na minha zona, está, parece até que voltámos à era do confinamento. Há pouco, ao sair da rua escura para atravessar a avenida, olhei para cima para admirar a torre e notei o cesto da gávea diluído pela luz quente do sol e o alcatrão vazio de carros até à pensão, que são dois quarteirões.
Enquanto preparava o texto acima, a rua do meu estaminé vestiu-se de gente. Quiçá fosse o mundo a desmentir-me, a firmar que as verdades são momentâneas, ou que tampouco as há. Registo a primeira pessoa dessa gente toda:
Uma mulher, por entre os gestos de acender um cigarro, ia dizendo 'no way,no way'. Aquilo era um descontentamento qualquer. Uma negação. Sei lá o que era, o mundo que mo diga.
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