Receava que chovesse no dia do casamento do rico filho e da rica nora, mas, ainda assim, de calçado comprei umas sandálias que mais abertas não poderiam ser. Se chovesse, pensava eu, os saltos iriam enterrar-se, mesmo havendo relva no pedaço, os saltos iriam enterrar-se. Não choveu, qual quê. Receava ventos fortes, pois, fossem-no em muito, podia o vestido enrolar-se-me nas pernas, travando-me o andar e, oh céus, ai porra, desequilibrar-me a ponto de cair no chão. Redondamente. Parvamente. Havia vento, sim, mas nada disso aconteceu. Isto são receios que detive comigo, esforçando-me por não os confessar, mas não garanto que lhes tenha resistido, abrindo a goela, «ai ó pá, eu tenho tanto medo!». Sei lá, não me lembro. Seja lá como for, certo é que calei a porra dos medos parvos mais do que muitas e muitas vezes, como se, falando, fizesse acontecer esses prejuízos do ego. Caraças, iam ser cá umas cenas... Enlamear-me em público, cair perante uma plateia... Mas foram antes cenas boas. Pois foram, foram antes cenas boas. Quando se começou a falar do casamento, da cerimónia e tal e tal, fiquei a saber que assim como é costume o pai da noiva entrar com a noiva, tal e qual faz a mãe do noivo e o noivo. Gostei logo da ideia, e compreendo que isto pareça vaidade tola (não são todas assim...?), vanglória e merdas do género, mas, pá, na verdade curti a ideia pra caraças. Entrada triunfal é que sei lá eu, mas que foi entrada, foi, e não curti só a ideia, curti também a entrada. Mesmo. Momentos antes, quando já ambos estávamos a postos, o fotógrafo instruiu que parássemos um pouco ao pé das primeiras cadeiras para tirar fotografias e depois avançássemos até à mesa onde estava a celebrante. Percorremos o relvado alindado com pétalas brancas o mais calmamente que conseguimos (não foi rico filho? ah ah). Falando agora só de mim, o meu foco principal era não dar mostras de pessoa trapalhona mas sim de pessoa feliz, presente, capaz, e isto porque no meu interior era assim que me sentia e, chegada a hora de ver alguns clipes de vídeo foi realmente assim que me vi – arredada da trapalhice e muito, mas muito, feliz. Chegados ao destino, o beijo que dei ao rico filho foi espontâneo, não tínhamos predito nem tampouco ensaiado nada. Pá, em resumo, gostei de viver este momento, e não foi pouco. Deixo agora uma foto que é um shot de um desses clipes e, abaixo dela, o vídeo da música que nos acompanhou durante esta viagem.
Get out the way, get the fuck up out my way, yeah (Yeah)
You either with me or against me, hoe (Hoe)
You either with me or (Wait)
Win win, win, win, win (Yeah)
Fuck everything else
Win, win, win, win (Win)
These niggas ain't shit (Mommy)
Win, win, win, win
Stop chasin' that bitch (Stop)
Win, win, win, win (Yeah)
You either with me or (Wait)
Win win, win, win, win (Yeah)
Fuck everything else
Win, win, win, win (Win)
These niggas ain't shit (Mommy)
Win, win, win, win
Stop chasin' that bitch (Stop)
Win, win, win, win (Yeah)
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