terça-feira, 27 de setembro de 2016

Dia de (disseram na Radio)

Dia Mundial do Turismo, hoje. Pediram aos ouvintes que ligassem para lá ou usassem uma das redes sociais para declarar o que fizeram e o que gostariam de fazer em termos de turismo. Disseram ainda que o Turismo é uma coisa fixe porquanto é sempre bom de termos e fazermos e obtermos.
Eu gostei muito da Provença.
Eu hei de voltar à Provença.
Daí se depreenderá, depreendo, que gostei bués e à brava do lugar, que admirei as vistas e as flores e as árvores e os campos e, pasme-se, até as pessoas. Sério, nunca em lugar nenhum, isto no estrangeiro, me vi tão bem tratada como na Provença. Também há sabonetes e lavanda e oliveiras, que é o que a gente vê na têvê e nas netes, mas as pessoas são efetivamente educadas e afáveis. E há pêssegos, trouxe de lá uns pêssegos... Hum. E da comida em geral também gostei muito, os restaurantes são simples mas elegantes, os Pirenéus são... Deslumbrantes. Mas o Bonaparte. Certo dia de turismo aventureiro, entrei numa pensão/restaurante para reservar um quarto. Quando estamos em França quem fala sou eu, até parece, ah ah, mas pronto: bon-jour madame, je veux un chambre pour trois, s' il vous plaît, e arranjaram, merci bien, madame. Mas quando entrei, entrei sozinha, os outros dois ficaram no carro, e eis-me num lugar mítico, vazio de gente, apetrechado de objetos que reportavam ao passado, um lugar cheio de alma e pressentimentos, e nisto dou de caras com o busto do Bonaprte, o que me fez formigueiros cá por dentro e assim. Estaquei e admirei, mesmo com os formigueiros a mandar-me embora dali. A meu ver, formigueiros não é sinónimo de medo. Bom, diz que o homem era mau - é morto, está bem, mas era mau - nada do que envolve a sua figura e a sua história é agradável, nada, a não ser o amor pelas mulheres... Mas esse não leva a melhor, a ruindade elimina quaiquer vestígios dum coração mole e apaixonado. Decerto não faltarão livros acerca de, mas. Mas não os conheço.
Então ó Gina, conta lá à gente que raio fazia um busto do Bonaparte numa pensãozinha à beira duma estradinha da Provença?
Bonaparte pernoitou naquele lugar, escondido das gentes que o queriam ver morto. A história está sucintamente escrita no menu do restaurante da pensão, não recordo pormenores, mas usando o sucinto eu também, é isso: Bonaparte escondeu-se ali, por entre algumas daquelas paredes. Teriam sido as mesmas onde pernoitei eu também...?
Mas ver o busto do Bonaparte foi qualquer coisa de especial, acho que tenho fotos, só não as ponho aqui porque teria de gastar muito tempo à procura, fica para outro dia, caso malembre disso.
Ah, e lá para junho, ou que é, vou à Provença.

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