O livro do momento – Um quarto que não é seu, Alicia Giménez Bartlett – contem dentro de si duas faturas, uma do próprio livro, outra dum tecido, ambas as faturas estão datadas de 23/10/2013, a do livro foi emitada às 14:16, a do tecido às 14:38. Ora acontece que rubriquei e datei o livro na página morta, costume que tenho há anos, mas datei de 25/10/2013. Hum... Enganei-me...? Hum... Tenho na memória algo referente a este episódio, não propriamente do desfasamento de datas, mas algo em torno das faturas e do livro que comprara, bem como da distância de tempo entre as duas compras. É para isto que serve um lbogue... ai perdão, blogue, não é. É. A gente pode pesquisar, não é. É. Foi assim, ó:
Ainda não, tenho coisas a acrescentar antes de.
Geralmente compro os tecidos na Baixa, portanto a compra do livro deve ter sido efetuada na estação de Metro onde me apeei à vinda, de vez em quando surge por lá uma livraria ambulante. Entretanto, ao pesquisar, descobri um post onde regsitei um episódio passado na estação do Rossio. Agora é que é, eis os posts do antigamente, de 25 de outubro de 2013:
Horas
Por causa das faturas sei horas de coisas que comprei e por causa de esticar assuntos que não lembram a ninguém depreendo coisas que vou fazer.
Às catorze e trinta e oito (e trinta segundos) comprei um tecido para fazer um casaco que um dia faço oh se faço e vai ficar giríssimo e vai fazer-me ficar esplendorosa.
Mas às catorze e dezasseis (segundos não registados) havia comprado um livro: 'Um quarto que não é seu', Alicia Giménez Bartlett, o qual é contado pela criada de quarto de Virginia Wolf. De notar que o livro é fictício. Mais um para a prateleira dos livros ainda não lidos.
Na estação
Devia ter ido na carruagem anterior;
mal de mim ter ficado a descansar no banco de madeira;
tenho tempo
- tenho sempre tanto tempo... –
ai eu
- continuam-se-me os ais de ontem -;
uma mulher fala ininterruptamente com a completa desconhecida que é a sua companheira de banco, o banco de madeira
– assuntos: doenças dos ossos e chuvada algo inesperada e que estão todas molhadas -;
a outra olha para mim de vez em quando encolhendo ligeiramente os ombros não vá a faladora notar;
no lado oposto chega uma outra mulher, não havendo lugares vazios senta-se na pedra
– onde não é banco de madeira –
e vendo uma mancha amarela passa os dedos e leva ao nariz para cheirar
– não vá ser urina que secou e amarelou –
e mesmo assim tira um lenço de papel do bolso para limpar
– mas não consegue apagar a mancha –
e faz de conta que limpa, senta-se e olha-me com um desprezo insano.
São doidas, as três.
Não diferentes, nada disso.
Chega o comboio, as duas primeiras fundem-se com a multidão;
verifico que a terceira coxeia, se tivesse notado antes ter-lhe-ia oferecido o meu lugar no banco de madeira.
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