Fui ao escritório do senhor doutor deixar uma fatura. Deixar. O fundamental da transação é receber, mas eu fui deixar, que há transações um bocado lentas. Depois, claro está, espreitei o jardim do costume através da janela do costume. Gosto daquele cheiro a pó. Pois. A janela tem pó, pouco, mas tem, de maneiras que o vento que entra e rodopia no átrio do prédio só pode trazer com ele o pó porque é o que está mais perto de mim, mas à mistura também vem cheiro a flores e a folhas. Um dos vidros da janela estava partido e solto, de maneiras que a fresta hoje era menor. Agora o que mais interessa é dizer que o sentimento é o de sempre no lugar de sempre, ele é o cheiro, ele é o vento, ele é o jardim, ele é o espreitar, ele é o prazer tolo.
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