Ando de roda de coisas que não lembram a ninguém. Guardado em dois frascos, encontrei, não o despropositado, porém, o inesperado:
^^três espelhinhos pertencentes a conjuntos de viagem – bolsa, pente e, lá está, espelho
^^um laço feito em baquelite e pintado a dourado
^^uma pulseira de plástico em espiral
^^seis pedaços de lacre, uns mais pequenos que outros que, obviamente, são maiores do que esses, mas é cada um com o seu tamanho e todos pertenciam a uma barra inteira que viajou do velho estaminé para estoutro e deve ter sido quebra resultante da viagem, o mais giro é que um dos pedaços diz 'commercial', tal e qual, com deois émes
^^um caroço (que presumo ser) de nêspera (e que presumo ter sido uma generosa oferta do Antunes, afinal é seu costume apanhá-las lá no pátio do lugar escondido e vir ofertá-las)
^^uma amostra de fio (se calhar em algodão e decerto em) branco
^^uma fita bordeaux que vinha na embalagem de bolso que comprei na pastelaria Philip's Biscuits
^^um rolo de cabelo mais velho do que eu, mais torto do que eu, tão enferrujado como eu
^^uma rolha de cortiça maior do que as de garrafão e que está muito mas mesmo muito envelhecida ^^uma partezinha em plástico que caiu de um gancho de cabelo
^^uma partezinha em plástico que caiu de um elástico de cabelo
^^três partezinhas em metal que vinham num cinto
^^uma bola de plástico furada como se em polos, era de um colar, daí os furos
^^uma porção de prego líquido seco em forma de cone porque o aplicador é um bico
^^uma ficha tripla castanha, no estaminé a gente chama-lhes de 'simplezinhas'
Não me aguentei sem captar o caroço (que presumo ser) de nêspera, mesmo destruído, afinal todas as coisas apresentadas por escrito estão velhas, gastas, feias, mas, com tudo e por tanto, o caroço é um organismo, daí ser especial o suficiente para conter registo fotográfico.
Sem comentários:
Enviar um comentário