sábado, 4 de dezembro de 2021

Das revistas

Das revistas que me chegam às mãos, que são duas, a Lusitana e a Continente Magazine, de há alguns meses para cá qualquer uma traz consigo um artigo com a história de uma receita antiga. Deixo agora exemplos:

Rabanadas no Forno com Mel. É caracterizada por transformar os restos de leite e ovos que se usou para demolhar o pão num creme que se despeja por sobre as fatias já fritas e, aí sim, se leva ao forno. Interessante.

Tigeladas de Leite. Fazia-se, nos tempos mais longínquos de que há registo, não com farinha comum, mas com flor de farinha, e medida com colheres de prata. «Cinco colheres de prata de flor de farinha», é assim que consta no Livro da Infanta D. Maria. Lá, também consta que a flor de farinha era moída em mós alveiras e peneirada em peneiras de seda. Vou até transcrever a receita, acho riquíssima a forma como está descrita:
«Tomarão quatro ovos e açúcar e farinha, que será cinco colheres de prata, numa escudela, tudo batido, e tomarão uma tigelinha de barro e nela derreterão uma pouca de manteiga, que será tanta como uma noz em cada tigela. E depois que for derretida, deitarão este polme, que será temperado com sal, então mandá-lo-ão ao forno, e levem uma pouca de manteiga para deitar por cima depois que se coalhar. E também se pode fazer de leite cozido e de queijo fresco. E assim se faz a tigelada de arroz cozido com o leite. E nestas tigeladas de arroz, quem quiser lhe deita por cima gemas de ovos inteiras.»
Hum, está-me a parecer que o arroz-doce desceu das tigeladas...

Pudim de Abade de Priscos. É aquele do toucinho. Diz que a manteiga lustra os doces, transportando a ideia para o toucinho... porque não ocorrer da mesma maneira, né? Poi zé.

Ovos-moles de Aveiro. Ora bem, ao que parece, foram inventados como mezinha... Ah, isto porque as gemadas eram (digo eram porque desconheço se caiu o mito, tampouco se era mito – é uma impressão que tenho, pronto) um bom alimento para os convalescentes. Pois muito bem.

Bacalhau à Gomes de Sá. É do mais inesperado que há, ser uma receita inventada com o intuito de conter todos os ingredientes do pastel de bacalhau. Caraças. Bom, pelo menos o 'inventor' foi o mesmo Gomes de Sá, cansado que estava de fazer os (então) bolinhos (hoje os pastéis) de bacalhau.


Nota véri impórtante:
Este post é da minha autoria (excepto o que está em letra diferente), au eva, baseei-me em artigos constantes nas revistas supra citadas, só não citei (ainda) os autores, que são Olga Cavaleiro (dos dois primeiros parágrafos) e Hélio Loureiro (os últimos três).

Sem comentários:

Enviar um comentário