Um dia destes almocei sentada no primeiro banco que encontra quem desce a rua mais bonita de Lisboa. O repasto constou de uma empada de pato com figo. O lugar onde a comprei tem uma lista enorme de recheios e escolhi esse por me parecer um par estranho e, ainda assim, promissor. Por tanta espécie de sabores haver, a empada vinha com uma etiqueta minúscula a dizer pato em maiúsculas. Cuidei de a etiqueta ser comestível mas qual quê, nada disso. Podia tê-la comido na mesma, bem sei, mas rejeitei-a e, em jeito (ai, adoro escrever mal) de bom trato, retirei-a da boca e dispu-la em cima do banco. Era bem boa, a empada, fica o registo, fiquei com quê, para aí um quilo de manteiga na barriga, peso que nenhuma das pessoas que por mim passou saberá que tenho. Lessem o blogue e saberiam, lá isso.
Tenho medo de voltar a ser gorda. Não havendo quem demonstre ter o mesmo medo que eu, há quem se espante por eu ainda ser magra. Ainda há pouco me cruzei com a dona Genoveva que, depois do cumprimento habitual, comentou 'ai caramba, vejo-a e só pela voz é que a conheço!' Tenho também medo de comer. Presumo contudo que não se nota nenhum destes medos.
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