De manhã acordo quando ainda é noite. Agora já acordo quando ainda é noite, quero eu dizer. Aqui há duas ou três semanas, por exemplo, se acordava e não via a claridade a recortar a forma da janela, sabia que era cedo demais para me levantar, agora já não posso confiar nesse recorte de luz. A noite segura por mais tempo o dia. Que frase tão bonita. Se bem que, claro está, também o dia segura a noite. Que bem que ficou o 'claro está'. É por um segurar o outro que acabam por se misturar, o que origina o lusco-fusco. Quando acordo, e à semelhança daquilo das canções que me pululam na mente logo que acordo, também de escritos pululando cá por dentro se fazem as minhas manhãs. De uns, pois que sim, registo-os no blogue, já outros, pois que não, esfumam-se. Diz que nestes processos de escrita, o que não torna a ser lembrado não merece o registo. Compreendo mas não gosto da ideia, eu cá registava tudo.
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