terça-feira, 18 de setembro de 2018

Avermelhou

Acho que na altura falei dele no blogue, de um senhor que se apresentou num aprumo levado ao exagero, a camisa justa e sem quaisquer rugas, os punhos com botões de atravessar, o laço justo, as calças vincadas, o chapéu imaculado, a barba aparada ao milímetro, o cabelo sem fio algum fora do seu lugar. Ainda me lembro dele, e é por causa do vermelho de que me falou. Disse, e foi em tom de recomendação, que não sai de casa sem um pedaço de vermelho, porque o rejuvenesce e anima. Já não recordo o que escolheu nesse dia para avermelhar, mas avermelhara. Às vezes lembro-me dele e não é pelo ridículo - para alguns não duvido que uma figura daquelas os leve a desdenhar – mas porque a essência do que me disse se chama ‚estar feliz comigo‘.

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