Há pouco, quando passei pelo velho estaminé, estava lá dentro o homem das obras, quieto, coçando a cabeça. Pensaria onde se jogar primeiro? Deu-me vontade de lhe perguntar, é simpático, mas não perguntei. É tão simpático que no outro dia esteve cá o rico filho e a rica nora e a gente pediu-lhe se podíamos mostrar-lhe como está agora o lugar escondido, ao que anuiu prontamente. Parecia uma romaria por ali abaixo, o cuidado habitual no pisar dos decrépitos degraus, não pelos avisos mas porque os conheço ainda tão bem, e eis que se me chega a entrada em tão alvo lugar. Sério. Alvíssimo! Ah... até casa-de-banho tem, e eu que nem a vi, tão doida estava com a mudança. O lugar escondido agora tem divisórias, o que dantes não tinha, e furaram-lhe o tecto para ser construída uma escadaria que dará acesso directo ao estaminé, evitando assim sair à rua para descer ao lugar – que eu chamo ainda de – escondido. Será que algum vou deixar estas expressões, falo de 'velho estaminé' e de 'lugar escondido'? Sinceramente, mas mesmo muito sinceramente, não.
Mas de volta à figura do homem das obras. Às vezes, eu, fazia aquela figura mais ou menos no ponto onde estava o homem, era quando tinha coisas a preparar e que necessitavam de reflexão. Tipo o que pôr nas montras. Tipo o que mandar vir de novidades. Tipo o que mudar de lugar nas prateleiras. Ao momento o velho estaminé está sem chão e parcialmente sem paredes. Há canos de alimentação de águas onde não havia. Contudo, a velha porta de ferro ainda se mantém, aquela que fechava a casa-forte, que se chama(va) assim por ser um abrigo para as bilhas e cartuchos de gás, que eram largas dezenas. Este cordão umbilical nunca vai cair, 'migos, não o digo por via da porta enferrujada e desalinhada se manter por lá, mas porque, como está no título, eu passo ao lado do velho estaminé de segunda a sexta.
Sem comentários:
Enviar um comentário