terça-feira, 11 de setembro de 2018

Do descanso

Tenho um saco que é uma lancheira super moderna, seu tecido é escuro, maleável, algo extensível, maciozinho, com pegas confortáveis, fácil de fechar, enfim, tudo de bom. E serve para levar os detergentes com que me lavo no Ginásio, dentre esses, o champô. Ora eu precisava de descansar, não só a cabeça, como o corpo. Pronto, estava a sentir-me extremamente bem, que querem?, não me posso queixar, as pessoas não deixam, é logo tudo a dizer que eu não posso porque tenho tudo e mais não sei o quê, é logo tudo com a lenga-lenga dos que estão muuuuuuuuito pior do que eu e o camandro, de maneiras que fica assente: eu precisava de descansar toda a extensão física da minha existência porque me estava a sentir mesmo bem. Vai daí, eu refastelada, tomada pelo ócio, ficava-me a cabeça (extremamente bem feita e capaz) como que a querer lembrar-se de sofrer e não podia ser, como já expliquei, de maneiras que fui buscar, alegremente, o saco que é lancheira mas que faz de transportadora de detergentes com que me lavo no Ginásio para fazer as vezes de uma almofada, que ao depois se revelou atenuante dos dói-dóis que não posso ter. Falta só uma coisinhazinha, é que o saco estava no estaminé à espera de ser chegada a hora de ser usado no Ginásio. Pois. Não, esperem, falta outra coisinhazinha: o saco tinha outros detergentes, só por dizer que o champô é o que melhor combina com cabeça. E era isto, pois sim, mas, com tudo e por tanto com tão pouco, vai-se a ver e era só! isto. De nada, ora essa.

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