segunda-feira, 24 de setembro de 2018

O bolo do fim-de-semana

Tinha iogurtes daqueles meus a terminar o prazo e o resto do fondant que usara para o bolo de anos da rica filha, cuja embalagem dizia que, em sendo aberta, não se deixasse estar muito tempo sem consumir o que e se ficasse de resto. Resolvi fazer o tradicional bolo de iogurte – uma medida de iogurte para três de farinha e duas de açúcar e uma de óleo e mais as especiarias e raspas de algum citrino que ao momento chegasse à lembrança –, que é estrutural e aguentaria o peso do fondant, só por dizer que fiz uma confusão do caraças e pus três medidas de cada, exceptuando o óleo, que aí a gorda portou-se bem e em magra, acabando por a massa se me apresentar líquida, o que deslindei logo a seguir, pois me lembrei que tinha posto o triplo da dosagem de iogurte. Bom. De seguida era rectificar, aumentando a farinha e o açúcar, só que neste último a gorda mandou dizer que se armasse em magra e deixasse estar o tamanho do açúcar como estava. E vai que o bolo me saiu um bocado sensaborão. Bom de textura, tudo bem, mas desengraçado no paladar. O açúcar, 'migos, não serve somente para adoçar, há todo um processo químico à volta da feitura e cozedura de bolos e, como se sabe, a química é uma coisa regular, dependendo do está-certo para se dar. Mas e ainda assim, como aliás já referi, a textura do bolo estava apresentável, ainda que com o aspecto de um queijo suíço, de tantos buracos, o que se deveu ao iogurte em demasia em contacto com o bicarbonato de sódio que não está exposto no rol entre os tracinhos, lá em cima. Quando me joguei ao fondant notei que era curto para tapar todo o bolo.
Aproveito este bocadinho, onde até podia pôr e chamar parêntesis, mas não ponho nem chamo, para registar que no dia anterior tinha comprado uma forma para bolos em pequena no diâmetro e em alta na lateral e um corante vermelho em gel, que é novidade para mim, isto de ser em gel, e, do gel, só falta dizer que a cor se diz ser como um 'Red Christmas'. A ideia era fazer um bolo pequerrucho, como aliás fiz, e com o corante corar parte do fondant, fazendo enfeites no cimo do bolo, tipo corações e flores e coiso. Bonecada. Invencionices. Palermices, pronto.
E, como foi curto, recortei flores que fui colando na lateral do bolo, o que não se revelou difícil porque eu tinha-o recheado, passo que ainda não tinha aparecido neste post. Recheio que, oh céus!, não correu bem. Armei-me em memorial de receitas e não quis consultar a minha receita de creme de pasteleiro. Resultado: ovos de menos e amido de milho de mais. Esta demasia até teve o seu quê de inofensiva por ter sido boa de resolver, pois, por modo a melhorar o deslizar da espátula, toca de bater o creme arrefecido e endurecido na minha batedeira montes de espectacular, que o tornou very smooth. Ah, é verdade, isto de ter coisas a mais e a menos no creme, fez com que ficasse, também ele, desengraçado no paladar. Bom. No cimo do bolo plantei uma flor. Branca. Este bolo ficou tão esquisito que já não tive paciência para andar a pôr corzinhas numa e noutra flor. Ou coração. Mas foi flores, afinal. Tenho foto, mas está de caneta mágica. É um filtro que o móves tem, do qual gosto muito, mas que não se presta a toda e qualquer foto, e nesta prestou. Tenho outra foto, meio esbranquiçada, que, estranhamente, em negativo ficou assim, branca. É, eu hoje estou dada aos negativos das minhas imagens. Fiquem então os leitores cientes que a foto para o escurinho é a da caneta mágica e a para o clarinho é a negativa. Mas as fotos:



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