No grande espaço uma mulher olha para os contentores cheios de artigos vários e parece escolher um sutiã com padrão animal porque lhe pega pela alça e o levanta. Mas logo mais o atira para longe com desprezo. Eu é diferentemente: pego em alguns artigos com admiração e vontade de os ter. Opto por um recipiente com pegas, uma maior que outra, e dois bicos para escorrer o que há-de derreter em banho-maria. Pronto, é de um diâmetro reduzido, mas pá, eu não tinha ainda nenhum tamanho e sempre posso começar por baixo, né? Trago também um pacote com cinco panos de limpeza, cada um de sua cor, só por dizer que, de azuis, tenho dois, um turquesa e outro céu. Tem cada um seu bordado alusivo a partes de casa. O azul-turquesa tem uma banheira, quer isto dizer que é para lavar a casa-de-banho, o azul-céu tem um fogão com uma chaleira a fingir de chá, portanto é para lavar a cozinha, o cor-de-rosa tem uma mesinha-de-cabeceira com candeeiro de abat-jour, vai daí é para limpar o pó ao quarto, o verde-água tem uma vassoura mal amanhada e umas coisas a fugir-lhe e a mim parece que é poeira grada que vai pelo ar à sua passagem, eis que este pano é, então e quiçá, para passar nos braços e nos assentos das cadeiras de jardim, bem como na mesa e nas cercas e corrimões, finalmente: o branquinho tem uma janela aberta, significando assim que é para ensopar os vidros. Bem sei que os vidros não se ensopam mas é que já escrevi lavar e limpar vezes bastas.
Sem comentários:
Enviar um comentário