sábado, 26 de outubro de 2019

Navegações

Ontem de manhã andei por Lisboa, questão frequente em mim, já todos sabemos (e, a quem não souber, crê que não fará isso mal, eu gosto de ti na mesma), e dei por mim enveredando por ruas nunca antes pisadas. Pensei assim: ah, se é nesta direção (e era) acolá há-de haver uma rua onde possa virar antes de me afastar muito do meu destino. Só que não havia, nem há. Cheguei na mesma ao meu destino, nada de mal me acontecendo, o que aconteceu foi que me lembrei de quando no sábado passado, a caminho de visitar os meus pais, andei perdida por Beja. Por andar como que à deriva, chegou-me à cabeça a frase 'por Bejas nunca antes navegadas', e que é um bocado tola porque as cidades não têm plural (se bem que o corrector ortográfico do senhor Blogspot não indique erro, mas vá), não passando isto de um lembrete do verso de Camões 'por mares nunca antes navegados'. Não é que eu conheça Beja muitaa bem, mas já não me lembrava que tinha tantas inclinações. Vira aqui e vira ali, sobe, desce, olha a rotunda, o semáforo, ali é o Castelo, já viste? Bom. Entretanto, de lembradora que sou (este post está com montes de lembretes e lembranças) lembrei-me (ah ah) que, mesmo estando no interior alentejano e que é do mais plano que há, Beja tem, afinal, tantas inclinações. Depois, em lembrança (ai), ocorreu-me que era comum as cidades ou os grandes centros, ou mesmo pequenas povoações, serem construídos em lugares o mais alto possível, para que, assim, tanto desse para ver bem que vinha lá, como para dificultar o acesso, atrasando quem viesse com más intenções.
Por Lisboas nunca antes navegadas... Ah ah. Conhecesse eu toda a Lisboa e a minha vida não teria tanta graça. E a graça que teve conhecer todas aquelas Bejas? Ora...
O verso, se à letra, é:
«Por mares nunca de antes navegados» - Os Lusíadas, Canto I, Luís de Camões
Ah, não vão já embora, tenho fotos que tirei na casa dos meus pais. Já pus no blogue uma data de vezes pormenores da hortinha deles, do quintal, do lugar dos arrumos, onde o meu pai reina, com a sua peculiar forma de armazenar o que julga ter aproveitamento. Se bem que desta vez até nem tenha tirado fotos a situações (por assim dizer) estranhas, tenho fotos na mesma, ó:



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