Esta fase da ceguetice é lixada. A pessoa não vê bem ao perto mas, na altura de tratar das lentes foi levado em consideração a sua profissão, de modo que, para não andar naquela luta tira-mete os óculos para ler, e como a visão noutras dimensões não estava divinal, foram-lhe receitadas umas lentes dentro do parâmetro perto e média distância. Então, anos passando por este costume de não retirar os óculos da frente dos olhos enquanto se movimenta no estaminé, a pessoa habituou-se de tal forma que são poucas as vezes que se mostra ao mundo com a cara nua. Ora ocorre que algumas das suas funções não carecem dessa vestimenta, o que faz com a pessoa ande de óculos, por exemplo, a fazer as montras, o que é tão absurdo quanto desnecessário.
Mas há mais, e fora da vida profissional.
Num restaurante, ler a ementa é coisa própria e necessária. Ora eu estou naquela fase em que, querendo lê-la, vasculho cheia de determinação o interior da mala e blás. Uma chatice. Sério. Às vezes evito essa busca e peço a alguém. Olha, diz-me o que diz aí. E dizer, dizem, mas não é a mesma coisa. No outro dia, num jantar com amigos/as, os óculos de uma das amigas andaram de mão em mão. Espectáculo! Foi tal a algazarra que a gente fez que o empregado de mesa veio de lá com os seus para nos emprestar.
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