terça-feira, 21 de agosto de 2018

Terça-feira

Diz o móves que estão vinte e sete graus aqui, e são dez para o meio-dia.
Não sei que vos diga, hoje tenho a cabeça vazia até das coisinhazinhas habituais. É normal, acontece sempre que vivo este tipo de férias e, vendo bem, acontecer assim é o ideal e expectável. Já sei!, escrevo da pedrinha roxa, nem vou tirar foto para estender o assuntozinho.
Encontrei uma pedrinha roxa, cuja forma é triangular, não que seja propriamente uma pirâmide, mas é quase... É uma pirâmide mal-amanhada, vá. Logo que a vi extasiou-se-me todo o ser: ó pá toin xiru, uma pedrinha roxa!, nunca tal vi! e mais isto e mais aquilo, mas a razão foi tomando conta da sua parte do meu ser《sim, é sua, convém que seja, a bem do equilíbrio》percebi que é uma pedrinha decorativa, tipo aquelas que se põem na base dos vasos, tanto para quando amparam flores artificiais como para quando fazem camadas de pedrinhas às corzinhas, conseguindo assim riscas coloridas, podendo até alterar formas e tal.
Almocei uma mistela de quinoa e legumes de ínfimo tamanho e mais uns pózinhos de temperar. Creio que entre estes se encontra o《para mim》malfadado pimentão doce. Estragaram aquilo, só vos digo. A quinoa é um cereal tão giro, ópois de cozido, cada grão tem um fiozinho saído de si, uma argolinha, vá, e abriu-se, para lhe sair essa argolinha. Comprei a embalagem já pronta, como presumo que estejam a presumir, só que seca. Ó pá, pronto, é bom, mas. Mas chegada a casa posso fazer a receita à minha maneira e ser bem sucedida, isto perante o meu próprio crivo. Outra receita que posso tentar fazer, e aqui a palavra é mesmo tentar, es la tarta de queso, madre mia!, como lo hacem bien por aqui! Lo ententarei, si. Ontem lambuzei-me toda com meia fatia de uma dessas. O topo tinha morangos frescos, envoltos aos rebolões por uma gelatina《não caseira, não natural》o que formava picos. No meu caderno de amarfanhado de folhas escrevi que《tem morangos frescos por sobre, à mistura com gelatina de morango, mas nada de ser coisa bem apessoada (é de propósito, bem sei que coisas não são pessoas) é antes ter sido jogada para ali, fica amontoada mas com bicos》. Ora, mediante mordidas e mastigações, o que percebi foi que é como que um cheesecake à americana《não sei quem chegou lá primeiro e, embora me sinta curiosa, esse não é o teor do momento》que consiste numa massa de ovos, açúcar e queijo fresco/creme ou requeijão, sem aquela base de bolacha e manteiga ou a gelatina para solidificar, pois que vai ao forno, o que lhe deixa uma agradável crosta na base e laterais.
Nestas férias tenho escrito pouquíssimo no caderno de amarfanhado de folhas, preterindo este em prol do móves. Por um lado, este género de férias presta-se a montes de tempo livre por conta do sol demasiado quente que deixa a atmosfera asfixiante, portanto: há que resguardar o corpinho de queimaduras e afins; por outro lado, este ano há wi-fi no apartamento, o que traz novidade à minha vida, dantes não tinha a possibilidade de ir escrevendo ao longo do dia《no blogue 'migos, no blogue》que é, afinal, a minha mais elementar forma de viver a escrita.
Antes de me meter a caminho, nos dias que antecederam a vinda, andei a matutar que faria eu ao blogue durante as férias. Ainda pensei fazer vídeos a falar disto ou daquilo, um pouco como se estivesse a escrever, fiz inclusive dois com esse propósito, mas ópois desisti da ideia, pensei também programar posts com fotos de praia de outros anos. Só que não. É que nem sequer avisei a blogosfera que ia haver interrégno de publicações, presumindo que me daria na tola publicar uma foto ou outra através do wi-fi de algum restaurante ou assim. Mas ópois chego aqui e há netes no apartamento, ó pá toin bôum!
Bom, tenho agora uma foto que tirei há pouco a um gatinho que anda pelo recinto da piscina. Deixou-se fotografar assim:





E ópois fugiu. Com medo de mim, claro, já se sabe que sou o susto, o horror para a bicharada em geral.
Também tenho um mosaicozinho de piscina, azul. Eram dois mas deixei cair um e ele deixou-se partir. Ainda tentei fazer um puzzle para não arruinar de todo a minha vidinha, mas houve pedaços que se esconderam, levando-me a não conseguir achar a forma original.
Tenho escrito pouquíssimo no caderno de amarfanhado de folhas, não sei se já tinha dito, escolho o móves para escrever. Contudo, sinto uma falta enorme de um teclado grande, de um ecrã grande, de escrever em grande. Ainda ontem, em conversa virtual com a rica filha, expus-lhe isto mesmo que acabei de registar e que, sendo assim, estou mas é a repetir uma ideia.
Hoje demos dois banhitos de mar, dois! Durante a tarde avistaram-se várias embarcações, indagámos se seriam para limpar as alforrecas e, chegados à praia para a habitual espretadela para vermos se poderíamos introduzir-nos na vastidão de água salgada, pois quase nenhuma se deixava ver. A beira-mar quase não as tinha, bom presságio, e nas cristas das ondas também rareavam, chegando mesmo a não se ver nenhuma em muitos e muitos metros de areal. Lá tomámos coragem e toca de dar um mergulhozito tosco e dessarranjado e umas braçadas mal enjorcadas. Mais à frente, mais disto. Igual. Foi tão bom. Amanhã logo vemos, pode a maré trazê-las mas pronto, temos esperança.
E agora fotos. As duas primeiras retratam o tal embutimento-biblioteca onde ontem deixei os livros. Deixei-os na horizontal, naquela de ser diferente e tal mas não só, foi também para chamar a atenção dos passantes, mas logo depois fui dar com eles na vertical, como os seus colegas, alguém que não gosta de ver desalinhos. Vamos ver então as ditas, que mais virão.





Ao carregar as fotos notei que o tempo que as separa são somente três minutos, vejam lá.
A foto a seguir saiu desfocada, cá para mim a lente estava húmida. Antes andei a tirar outras fotos e estava ainda molhada da piscina. Só que quando dei com este auditório vazio de gente achei um piadão e:





Depois e por último tenho mais duas do entardecer, uma do lado do Mar e outra do lado da Serra:





Da lua, hoje o que tenho a dizer é que está mais pequena e nada amarela.
Até amanhã presumo e espero.

Sem comentários:

Enviar um comentário