sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

O livro abandonado

Decidi deixar o livro (Assobiar em Público, Jacinto Lucas Pires) no cimo da Alameda, em cima de um banco. Mudei portanto os planos de o deixar, como tantos, na rua mais bonita de Lisboa.
De há uns tempos para cá, uns tempos tipo assim do tamanho de dois ou três meses, há bancos na Alameda. Primeiro dei com eles na subida dos números pares de quem vai na enga do Técnico, ou a quem lhe dá as frentes, (ou o que raio isto queira dizer, porra pá que nunca tenho tudo dito!). Bom, há bancos na Alameda, coisa que não me lembro de alguma vez ter visto. Vai daí, no dia desta foto, notei dois bancos lá mesmo ao cimo, em frente ao relvado, sendo que, por entre eles, está o latim, aquele! latim:
ed ephemeram gloriam
Então pensei:
'olha pumba e coiso vou tirar uma fotografia a ver se se vê os pés e ao fundo a Fonte ou assim'
Não se vê a Fonte Luminosa mas publiquei a foto na mesma, vê-se o que se vê e pronto. Para a conseguir foi assim: agarrei numa pedra da calçada e pu-la debaixo do banco, apoiei o móves lá e escolhi a opção do temporizador. Clique.
Hoje também tirei fotos, embora sem malabarismos:


#semfiltro

#semfiltro

#semfiltro

#semfiltro


Quando abalei dali, deixado que estava o livro à mercê do destino, em certa altura parei um pouco a ver se alguém pegava nele. Mas não. Depois vi um senhor a dirigir-se para esse banco e fiquei esperançada. Mas não. Sentou-se. E não. Dei por mim a pensar pela milionésima vez, isto no mínimo, em como para cada um podem as coisas serem tão diferentes em importância. Eu ali em ânsias de ver alguém pegar num simples livro e levá-lo carinhosamente passeio afora e ninguém sequer se aproximar do dito.

2 comentários:

  1. Que pena não ter passado por aí, por certo o teria levado, apesar do meu diminuto espaço para guardar livros.
    ~CC~

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    1. Também lamento, ~CC~, não duvido que ficasse bem entregue, além de que, de todos os livros que deixei assim, nunca cheguei a ver ninguém sequer se aproximar. Em outras vezes, ao querer passar um dos meus livros (lidos) de mão, ofereci-os a alguém. Num próximo terminar de leitura, quem sabe tratamos disso.

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