quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Peões

Enquanto aguardava o boneco verde, um senhor cheirou-me a insecticida, mas, requisitado que foi o nez que há em mim, logo me pareceu cheirinho de requintado perfume. Mistura sem nexo, bem sei, são coisas do desvario, vá. Quando aguardo bonecos verdes em lugares cheios de gente, ponho em mim a esperança de estar numa posição que me permita seguir imediatamente atrás de alguém consistente no passo, para furar e se desviar dos outros. 'Hum, 'xa cá ver', observo, escrutino e tal, pronto, tipo isso assim. Afinal, concluo agora, nesse ponto, qualquer um servirá para o gasto, pois que desconheço qual me está a jeito de. E não deixa de ser uma espécie de fé. Ah, e ponho em mim também a esperança, quando arranco, que nenhum dos meus supostos inimigos, curve ao contrário, quando não a gente esbarra, ou, não melhorando nada, estaca. 

Viver é problemático. Olarila. 

2 comentários:

  1. Olá Gina!

    Olha, agora lembraste-me uma senhora com quem me obriguei a privar durante longos meses, à razão de várias vezes ao dia, por motivos, digamos, pré-profissionais: usava invariável o caraças de um perfume que sempre me soava a insecticida. Só que aquilo, ainda por cima, era ruim de actuar, que a senhora continuava chata... AFF!

    bom fim-de-semana
    ;)

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    1. E tu fizeste-me rir. É que me lembrei do slogan publicitário: vai-te embora ó melga!

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