terça-feira, 1 de outubro de 2019

Banco hater, primeira vez

Não, ainda não ocorreu o intervalo grande, é meio-dia e tal, agora. Não há fotos hoje, ou fotos d' hoje, e hoje, sim, hoje, estou farta de escrever. Não, farta não, estou farta mas não estou farta no sentido literal, que ainda não me fartei de escrever, que é lá isso. Vou almoçar. Tenho pensado num dos posts que escrevi ontem, onde digo que a vida é dispensável. A conotação é depressiva, pelo menos escrevi tomada pela depressão. Às vezes acho que devia desviar-me dos caminhos de todos os dias, por causa das recorrências, largar a árvore amarela e os bancos de rua. Às vezes acho que estou doente. Às vezes acho que estou muito doente. Às vezes acho que não passo de uma mulher tola e preocupada com ninharias. Cinquenta e um, os minutos que passam do meio-dia, vou preparar-me para ir almoçar. Boa tarde! Outra vez, pois. E no mesmo post, para engordá-lo. Há pouco era meio-dia e tal e agora são três e qualquer coisa. Não sei que escreva, agora. Ora. Ora para rimar com agora. Atento, ele disse que estava atento e pela entoação sorria. Perguntei, disse ela, senão afirmava, reforma ela, categórica. No banco onde está escrito hater, do outro lado está violeta, hater a vermelho, violeta a giz. A violeta deve ser aquela miúda que canta e ao que parece tem montes de namorados, à vez. É um personagem, um boneco. Mais ou menos como eu no blogue, que às vezes o que me parece é que estou a recriar-me e que a pessoa atrás do blogue, ou do ecrã, afinal não existe. Na verdade isto são pensamentos, o que tenho escrito em alguns dos posts dos últimos dias, mas melhorados, estruturados, ninguém pensa assim, não do modo em que este texto, e os outros, está(ão) construído(s), a mente humana é um turbilhão e tantas vezes insondável, e não é a minha que vai ser diferente, não é. É. A menina que serve os cafés no lugar da musa vinha levantar a chávena, só que eu ainda não tinha terminado porque estava a escrever nos papelinhos coisas de outros dias que não deste. Pois, é isso, as pessoas sabem lá o que escrevo, não é. É. Ali sou uma senhora, ou uma mulher, que vem beber o café depois do almoço e que às vezes se põe a escrever. Dantes, há muitos, muitos anos, quando retirava o bloquinho de dentro da mala e me punha a escrever, achava que dava nas vistas, mas isso eram só ideias da minha cabeça, claro, com o tempo percebi que quem repara no meu acto de escrever e eventualmente sente curiosidade são as pessoas que se ocupam igualmente, ou mais ou menos, vá, muito embora nunca me tenham dirigido a palavra para se satisfazerem. Há tantos blogues cujo autor interpela pessoas nos jardins, nos cafés, ou onde for, que estão de livro aberto, debruçados sobre ele, lendo, e depois fazem perguntinhas acerca do livro aberto e até tiram fotos ao leitor, a ler, ou então não, se calhar depende um pouco da disposição da pessoa, e depois, com autorização da mesma, o autor põe tudo no seu blogue, ou outros autores há que somente publicam o post escrito sem que a pessoa saiba que está a ser retratada e pronto, não mexem mais. Podiam usar o mesmo princípio para abordar quem escreve nos jardins, nos cafés, no cacifro do ginásio, na sala de cinema, no supermercado, como eu. Sim, no supermercado, quantas e quantas vezes paro o carrinho e toca de sacar o bloquinho para apontar resumos não propriamente ligados ao espaço onde estou. Estou uma flecha, hoje, consegui escrever isto tudo... Fui contar as palavras, descontando umas coisitas que já por aqui andavam há algum tempo tenho mais ou menos três mil palavras escitas hoje, o que ronda os dezoito mil caracteres, isto até ao 'tudo' anterior, mesmo antes das reticências. Porra, não hei-de eu andar marada dos cornos. Não devia escrever tanto, não é. É. Olha esta coisa que inventei recentemente, isto do 'não é, é', agora meto esta merda em tudo o que é post, é a minha marca atual, o 'não é' pergunta mas remato-o com ponto final, o 'é' sou eu a responder-me laconicamente. Não sei se me resta muito tempo para engordar este post. Isto da casualidade que a minha profissão comporta é interessante que se farta, eu sei lá se vou poder... Escrever... Mais... Ná, as reticências era eu a fazer suster a respiração do leitor, ah Gina não vás mulher, tu não te vás, fica comigo. Bah. Tretas. Então alguém vem ler posts longos...? Ah ah. A maioria dos bloguistas não tem pachorra para ler os posts longos de outros bloguistas. E se eu revelasse que horas são agora...? Mau maria, já são reticências a mais, não sou fã das ditas. É essas e as vírgulas, que, vá-se lá saber porquê, ultimamente tenho usado mais. Hum. Bom, sou um bocado criativa, essa faceta ninguém ma tira que eu não deixo, sinto uma quase permanente necessidade de mudar, chocalho a cabeça e lá vem outra ideia. Ou pouso o olhar numa folha diferente, uma folha de árvore. Árvore amarela. Um post deste calibre, interior, quero eu dizer, e a árvore amarela que ainda não tinha desenhado as suas letras neste post senão lá em cima. O que significa para mim. Então, é uma amiga que eu tenho ali. Se a árvore amarela lesse o meu blogue ia querer saber qual é a oitava árvore, não é. É.

|2 novembro 2015|

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