O homem da Casa Antiga, vulgo loja de antiguidades, que estava na avenida, trespassou, finalmente, a dita. E se há anos que por lá se via a tabuleta. Uma vez ou outra apontei-o no blogue, lembro-me que já o escrevi a lavar o chão com uma esfregona cujos fios há muito se haviam ausentado, aquilo era uma cabecinha, um coto, que mal lavava, suponho. A ver se procuro o post... E que tal agora? Sim, sim.
Há aquele homem que vende antiguidades. Sim, o mesmo que foi falado no post anterior desta nova leva de posts que criei.
O homem lava o chão da loja a um quarto para as três da tarde e tu mira-lo da montra. Ficas ali tanto tempo a ver os galos que os esqueces por momentos para ver o homem trabalhar. A esfregona deixou de o ser e não há balde. A esfregona deixou de ser esfregona porque não tem cabelagem, ou porque se gastou com os anos, ou porque o homem a cortou rente ficando um coto com que ele esfrega o chão lentamente, cantinho a cantinho. Depois refastela-se na cadeira, cansado de esfregar. E nos minutos que se seguem passa pelas brasas.
O homem é velho e tem a loja à venda. De uma maneira ou de outra, irás deixar de o ver em breve.
Escrito aos doze de maio de dois mil e dez. Eu não disse que havia anos que o homem queria vender a loja?! Pois é, ah pois é.
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