segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Veículo

Ter um veículo de duas rodas faz acontecer que outras pessoas entabulem conversa comigo sem pudor, culpa, ou medo. No outro dia, enquanto esperava que o Luís fosse aviado de frango assado, um homem notou-me 'à porta' da mota e vai de falar. Mas, antes, já eu o tinha observado a mirar e remirar o meu veículo. Abeirou-se e, tão destemidamente como já vos mostrei, perguntou:
Esta mota foi à Holanda ou foi só a top-case?
Respondi que 'foi a mota, foi a top-case e fui eu!'
Eu explico. A causa de tamanha atenção era os autocolantes que a gente pôs na top-case e que são uma espécie de manifesto dos lugares por onde andámos aqui há atrasado. Ora, o de maior lonjura é precisamente o da Holanda. Sim, a minha mota foi à Holanda. Sim, aquela mota, não potente, nós não prepotentes. Sim, fui eu que 'inventei' essa ida. Sim, eu, a que dispensava na boa o andar de mota e até a mota. Mas o bem-querer, o gosto de ver alguém feliz e o amor, tudo faz. Acresce que um dos meus maiores prazeres é percorrer mundo. Portanto, juntou-se coisas, circunstâncias e sentimentos e fez-se o que se fez.
Depois o homem continuou a conversa, querendo saber de cilindradas e comparações com outras marcas e modelos e o camandro e, felizmente, oh glória terrestre, apareceu o Luís com o saco de frango assado e a vontade de lhe satisfazer todas as curiosidades. É que eu, pronto, já se vê, né...? Eu é mais correr mundo, escrever coisas acerca, tirar fotografias e gravar vídeos, outrossim com enorme prazer.

Sem comentários:

Enviar um comentário