domingo, 1 de agosto de 2021

Pacotes de açúcar

Durante as férias foram três as vezes que bebi café de rua, perfazendo um total de... três! pacotes de açúcar recolhidos. Precisamente. Há dois espanhóis e um português.
Um espanhol é d' EL Cortijo, Hostal - Venta Restaurante. Na frente mostra contactos e morada e o desenho é giríssimo. Digo giríssimo porque, parece a mim, retrata o espaço visto sob a perspectiva do viajante acabado de chegar, um aglomerado de casas, vejo janelas, portas e até chaminé fumegando. É também giríssimo que as linhas do desenho sejam arredondadas e, um desenho assim, alisa o aspecto que, oh vejam lá, podia muito bem ser liso. Ou rígido. No verso tenho então uma frase a modos que informativa: Gracias a la fidelidad de nuestros clientes seguimos cumpliendo años. Pues. Muy bien.
Outro espanhol é de um estabelecimento tão de beira de estrada como o anterior - Venta El Palancar, de seu nome. O jovem funcionário que serviu o café tinha uns olhos lindíssimos, mas, na hora de pousar o pires no balcão, não pousou, atirou, anunciando secamente «l' espresso!». Um gesto destrona a beleza, portanto. Mas o pacote. Na frente tenho contactos e morada e um desenho em azul e branco, que é o retrato do estabelecimento. Está deveras impactado, percebe-se o primeiro andar e tem o rés-do-chão quase todo em azul. Quero eu dizer que, se percebo o que é, percebo pelo primeiro andar. O verso diz AB, de Azúcar Blanco, tudo em vermelho, contrastando do fundo branco.
O português é da Amália, grande fadista nacional. Há uma correnteza de pacotes onde a dizem numa só palavra e, desta feita, calhou-me Humana. Isto dá-me sempre que pensar porque, isso, somos todos, mas vá. O verso tem uma cabeça de Amália vista de perfil, uma cabeça assim como se fosse um balão de diálogo, e digo assim porque lhe puseram uma mensagem: Bem-vinda sejas, Amália.
E pronto, no mais: é só. Está então isto feito.

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