O colchão é um bom bocado mais alto que o anterior, de modo que, pá, andei umas semanas em maus lençóis, acordávamos todos enrolados e mais não sei o quê e, entretanto, comprei um jogo de bom tamanho, compra essa que foi uma estreia porque quando casei já trazia lençóis, que não fui eu que comprei, foi a minha mãe, ciente que estava que eu havia de levar um enxoval farto. Outros lençóis que vieram depois também não fui eu que comprei, portanto: estreei-me nisso de comprar lençóis. Sabem lá, há toda uma catrefada de temas e de texturas e de composições e, como a funcionária não se acanhou em mostrar tudo o que tinha nas prateleiras, em certo ponto da nossa relação havia toda uma confusão de tecidos e cores em cima do balcão. Porém, dificuldade nenhuma tive na escolha, qual quê, vai estes aqui, 'miga, ó. Perguntou-me se eu queria um saco para levar e respondi «Deixe estar, levo-os debaixo do braço.» E lá vim eu, exibicionista que sou, mostrando a cor e a paisagem dos meus novíssimos e enormíssimos lençóis. E lindíssimos, já agora. Entretanto, quando os estendi, percebi que a vizinhança com vista sobre a minha varanda também os vai conhecer. Quiçá apreciar. Enlevar-se com a visão extraordinariamente bela. Isto da vida privada é afinal para meio mundo saber como é que são as coisas da outra gente, e este post está até a servir para mostrar as cores do meu colchão novo ao mundo inteiro.
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