quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Das montras

Retirar tudo da montra de rua. Como são caixas vazias que fazem as vezes das cheias, mas não (mas não estão cheias, claro), deitar tudo no lixo, que já estão descoloradas e ressequidas. Tudinho no lixo, vá.
Lavar e coiso.
Retirar tudo da montra atrás da porta. Como são caixas vazias que fazem as vezes das cheias, mas não (mas não estão cheias, claro), escolher as que se ajeitam à montra de rua.
E vai que fico com uma parte vazia, aquela por trás da porta, mas não (mas não fico, claro). Sacar o gigantesco escadote e rebuscar a enorme caixa de cartão que contém as francesices: digo eu bonecada dos amores e dos amantes de futebol e dos pais e das mães.
Expor. Ou então amontoar. Neste caso o amontoar chegou aqui não por ter que ver com impaciência em fazer as montras, mas porque a passagem tantos e tantos anos me obrigou a pensar que o transeunte quer ver ...muito... dentro duma montra. Grandeza precisa-se, num estaminé. Mesmo. Tanto é que o escadote é gigantesco e a caixa de cartão é enorme.

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