Dormi bem, apesar de não ter tido coragem de recusar o cafézinho que a dona Lurdes me estava a oferecer com tanto gosto. E como gosto muito do gosto do café – gosto, gosto -, aceitei de bom gosto o gosto do café, gostoso, que o homem do Bangladesh é capaz de o fazer tão gostoso mas tão gostoso. Pronto, já chega, já fiz para aqui uma poesia do camandro. Pois que dormi bem, sim senhores, e vai que à uma da manhã ouvi o galo cantar.
Qual galo?
Isso é importante?
Não.
Então pronto pá.
Então pronto pá.
O galo cantou à uma da manhã. Estranheza nisso assim, eu cá acho. Acordei com o cantar do galo. Pois foi. Depois fui sonhar que tinha a cabeça pendurada. Quando penso em cabeça pendurada lembro-me do pêndulo, e era mesmo isso, a minha cabeça era um pêndulo, pêndulo de pendurar. Ah ah, e havia nisso um... não sei, gosto?, talvez um gosto, sim, nessa espécie de espera que se mistura com passividade, em eu querendo tal coisa, claro, mas já não se mistura com o pêndulo se o colar ao tema como alusão ao tempo que passa. Quanto tempo terá durado o meu sonho? A medida 'tempo' não existe nos sonhos, nos sonhos o tempo não passa nem ninguém se lhe dirige, tampouco se lhe alude, nem ao pêndulo nem nada. Mas era isso, eu tinha a cabeça pendurada, balançando como um pêndulo, e a sensação era divinal.
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