sexta-feira, 18 de março de 2016

Árvores

Na avenida estão menos duas árvores. Eu cá acho falta ali dum pedacinho verde e castanho, ou dois, mas admito que pode ser impressão minha. Da ponta da avenida até à cafetaria contei seis árvores. Nunca as tinha contado senão hoje e julgo que dantes havia mais duas, uma frente ao vinte e quatro, outra ao vinte e seis. É que estão lá os recortes a fazer canteiros. Tudo bem que não há vestígios de raízes de árvores nenhumas, só as folhas compridas dos lírios preenchem todo o espaço dos canteiros. Acho que são lírios, agora não há lá lírios por isso não sei, quando eles rebentarem saberei. Um dia desses conto quantas árvores estão do outro lado da avenida, por ora isso é uma coisa que também não sei.
As árvores ao pé do poeta já apresentam uma espécie de penugem verde, não tarda deixarei de o avistar, a não ser que atravesse a praça e me ponha a olhar de perto. O pedestal é que se vê todas as vezes em que estou sentada no banco hater, mas eu gosto mais de ver a cara do poeta. Tudo bem que as pessoas são também pedestais, mormente as pessoas que já morreram há muitos anos e deixaram um legado literário tão grande que têm uma estátua em seu louvor, mas é que as pessoas são a cara, a expressão. Agora me lembro: as vivas é que são a expressão e também os gestos, às mortas resta-lhes o pedestal. Algumas, claro.
Na rua mais bonita de Lisboa já todas as árvores têm folhinhas, inclusive as que na semana passada ainda não. A árvore arredondada é a mais vestida de todas. Hoje passei-lhe à volta, não me pus lá debaixo. Não me dá medo nenhum, é tão jovem e inocente. Ainda.
A árvore amarela está nua. Os nódulos estão mesmo a dar em folhas, isto deve acontecer numa data em que esteja sol o dia inteiro. Ou no dia a seguir a isso. Ou dois.

2 comentários:

  1. cheguei aqui por conta de Lady Kina. Ainda bem. Há cliques bem afortunados.
    Boa semana.

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