sábado, 21 de maio de 2016

Primeiro

Boa tarde. São catorze e oito. De manhã fui ao supermercado, nada de novo, a não ser a senhora da caixa ter umas pestanas muito compridas e uma sombra de olhos muito lilás, o que, quanto a mim, para as nove da manhã, é vistoso, daí o registo, e também me ter mandado beijinhos à despedida, daí o registo. Fui para lá a ouvir a canção do momento, vim para cá ouvir a canção do momento. Qual é a canção do momento, é aquela que diz stendâpe fore laife, das déssetâni tchailde. Já a ouço desde janeiro, em todos os ires e todos os vires, no que ao supermercado diz respeito, ao sábado, note bem: ao sábado. O ano passado era a marina ende da daimondesse a cantar que não é um rouubóte. Enfim, os minutos são apropriados, os segundos também, é mesmo à conta do percurso. Sério. Tal e qual, quando arranco carrego no plei e ponho o volume de som no vinte e dois, que não é muito, ora essa. Já na canção deste ano, pois que é mais extensa um bocadinho, e se quero ouvir o auge da dita, que ocorre para aí no meio do minuto terceiro, tenho de ser travada ao entrar em rotundas e entroncamentos onde perca a prioridade, ou desacelerar por conta dalgum lento-da-estrada. Mas, querendo ouvir tudo, e às vezes quero, estando já estacionada, o melhor é ficar dentro do carro a ouvir o resto e depois vibrar com a parte apoteótica da música mais lamechas de sempre. Como no blogue quem faz as escalas sou eu, apeteceu-me dizer que o stendâpe fore laife é duma lamechiche que rebenta com a escala. Que fui eu que construí, claro.

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