Tinha espalhado no balcão toda uma série de moedas que somariam o preço do café. Quando dei por mim tinha um par de olhos muito abertos e muito atentos e muito diretos e muito merdas assim todas muito destemidas e o raio. É que nem olá nem boa tarde nem porra nenhuma, a menina d' hoje não prima pela educação, nem pensar. Soltei um 'olá, boa tarde' bem aceso mas despropositado, porque logo que olhei pareceu-me a menina d' ontem, que das três que conheço até agora é a que está mais de acordo com a postura de balcão, isto cá na minha ótica, claro, que cada um pode ser e fazer e falar como lhe der nos cornos e isso inclui, obviamente, a pessoa espectacular que escreve neste blogue. Mas vai que nos últimos dias tenho andado a comparar as meninas comigo, desculpando-as e tal, que isto do balcão nem sempre é fácil, a gente vem para aqui aborrecidas e mostrar sempre mas sempre, sempre, boas graças é difícil que se farta, mas que se vai fazendo como se pode, uns dias assim e outros não sei e mais isto e mais aquilo, e afinal olha, pumba e coiso, encontro uma menina que não se parece nada comigo. Nada. Eu nunca ficaria pasma a olhar para um cliente esperando ordens e/ou pedidos sem previamente introduzir a saudação.
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