Tenho umas cuecas à velhinha, que, como julgo ser consabido, são cuecas de cintura alta. Como não sou tão velhinha assim, as ditas cuecas não me fizeram sentir confortável como a Fátima, que foi quem mas vendeu, me assegurou. Será por isso, por não ser ainda velha? Mas eu sou velha? Seja lá como for as cuecas à velhinha vão ficar na mesma gaveta onde páram as joviais. É mais uma mistura que ocorre na minha vida, uma transição, tempos houve em que misturei as bonecas com os vernizes de unhas, as mini-saias com os biberões e agora é cuequinhas com as cuecas que faltavam.
Comecei este post com uma ideia fixa, a de entender se me sinto velha, e... Não, não sinto. Se é a cabeça que manda no corpo, então olhem: não estou velha. No dia da minha festa (ó pá, pois é, ainda cá venho... ah ah), quando cumprimentei o meu irmão, este disse-me entredentes, cheio de ironia ruim «já cá chegaste...» e a minha cunhada deu-me as boas-vindas aos 50s, duas lagriminhas atrás dos olhos e tal, que eu bem vi.
Depois falámos um pouco disto dos 50, ela disse que sente ser o início do declínio, o que eu percebi que é como alcançar um cume, sobe-se todo, mas, chegados lá, só podemos descer. Não concordei nem discordei, ficando contudo a pensar se.
Sim?
Não?
E que sei eu, né?
Nada.
Bom, isto passou-se e recentemente, quando me vi a braços com aquela situação burocrática que consta da renovação da carta de condução aos 50... Eh pá, pronto, talvez - atentai: talvez – haja algo nos 50 que nos separa da juventude e nos manda envelhecer. Envelhecer realmente, quero eu dizer. Não se vê como se via, então será que podemos conduzir?, o melhor é verificar com o médico - que até pode ser um qualquer, vejam lá - a ver se diz que sim, que continuemos. Dói o que não doía, será que o esqueleto aguenta um estofo de automóvel?, é melhor fazer exames para saber se está tudo bem.
Bom, para a frente é que é o caminho.
Bom, para a frente é que é o caminho.
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