quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Vou falar de iogurtes

Tenho uma iogurteira que comporta tipo assim quase a minha idade. Não chega a tanto, que eu já calçava para aí o 34 quando comecei a lidar com a dita, mas quase. Nessa altura, as iogurteiras foi coisa que virou moda, começaram a pipocar nas lojas e a minha mãe comprou uma... que quase não usou. Tempos depois de eu casar perguntou-me se a queria e eu quis... E guardei-a no armário, durante anos não lhe toquei, fazendo jus ao estatuto de desencantamento
(ó pá tá bem esta palavra não existe e depois?)(olha, afinal existe!)
da minha mãe. Pronto, não é que não lhe tocasse de todo, vá, era tipo assim de empurrão, lembrava-me vagamente do modo de preparo, sabia que levava leite em pó e leite natural, mas era chato, dava-me uma preguiça... Ademais os iogurtes não ficavam cremosos, pouco mais espessos ficavam do que o leite, assemelhando-se a um mero coalho. Desisti e a iogurteira ficou uma porrada de anos no cimo do meu armário. Cada vez que eu fazia uma daquelas limpezas profundas à cozinha, lá estava o saco onde a guardara, colante e empoeirado, mas a dita na boa, limpa e fresca, prontíssima, era só eu querer. Bom, há uns tempos descobri no supermercado uma embalagem com uns pacotinhos cheios de um pó para facilmente obter iogurtes. Comprei. Fiz os iogurtes. Fiquei fã. Dissolve-se facilmente no leite, que se amorna de antemão, saem bastante cremosos e sobretudo saborosos. Olhem, adorei. Adorei, adorei, adorei.
Olha aí, ó Gina, olha que aborreces as pessoas.
Os frascos são sete, de vidro, as tampas eram cor-de-laranja, de plástico. Digo eram porque as joguei no lixo recentemente. Aborreci-me delas, que eram de resto, com o tempo perderam-se algumas. Os frascos também foram sendo substituídos, porque se partiram, claro, e sorte a minha ter encontrado uns que cabem lá tão bem, há compotas no mercado que usam os mesmíssimos tamanhos, portanto. Portanto agora, como o pózinho de perlimpimpim actua bem é sem tampas, tanto melhor, ao cabo do tempo estipulado e decorrido cubro os frascos com folha de alumínio. Tenho foto. Se não houvesse foto eu era eu na mesma.






3 comentários:

  1. :D

    para mim as iogurteiras inserem-se naquela categoria de objectos de consumo que quase toda a gente adquire e que quase ninguém usa, como as bicicletas elípticas (não há cu para tanto pedal, nem pedal para tanto cu...) ou aquelas máquinas para fazer sumos que separam cascas e polpas e o diabo a sete (desmonta-se, lava-se, seca-se e monta-se aquilo duas vezes e redescobrem-se as maravilhas do pacote...), e por aí vai. à minha limpo o pó de vez em quando e agradeço que se preste assim a preencher-me vazios...

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  2. (a primeira pessoa que conheci com iogurteira foi a minha avó, provavelmente a dela era parecida com a tua,- boiões de vidro e tampas de plástico cor de laranja de rosca-, mas essa dava-lhe uso diariamente, para meu agrado, que adorava comê-los quando lá ia, cobertos de açúcar até às bordas!)

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  3. Olá ladykina

    Não é exagero dizer que me lembro de ti em cada post do tipo doméstico/culinário que escrevo. Uma vez disseste-me que a vida numa cozinha é frutífera no que toca a escrever (algo assim). E é.

    Estou no.meio de um pist do género e adivinha...? Pois, tenho-me lembrado de ti.

    :-)

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