sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

Lisboa, Lisboa

Ora bem, como sabem, e se não sabem não faz mal, eu gosto de vocês na mesma, o meu estaminé está fora do circuito de espaços comerciais que têm que manter as portas fechadas. A gente está cá, já no outro dia tinha evidenciado isso. Contudo, eu, cagarola que sou, quando ando na rua, se avisto um senhor agente fico hirta de desejo que o dito me não dite regras sem excepção, tipo:
Que anda aqui a fazer? Tem licença? Mostre-ma! E essa máscara emporcalhada? Troque-a, dê meia volta e vá mas é para o seu buraco!
Pronto, coisas assim. Não tenho que temer porra nenhuma, ora essa, faz parte das minhas funções andar por aí, não é só lazer, é também trabalho. Mas quero contar-vos, e é por isto que este post existe, no outro dia avistei um senhor agente e tungas! fiquei hirta de desejo e tal e tal. Percebi que o melhor a fazer era não olhar para ele. Quando a gente não olha, não vê, e é mais fácil esquecer; fingir que não; evitar; contrariar e blás. Então, no momento em que decidi focar-me em outro ponto, vi uma ratazana. Morta. Na calçada. Olhei de imediato para o senhor agente. Não aflita por ele, ou para ele, mas por conta da visão. Caraças, pá, antes olhar para um senhor agente, antes olhar para um senhor agente, antes olhar para um senhor agente.

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