Fui à loja de bolachas ver de como estão e de como sabem. O trato da funcionária foi gélido, podia vender frigoríficos ou cubos de gelo, sempre tinha mais a ver. Umas vezes indigno-me com estes tratos, outras, por junto, comparo-me-se-lhes. Ai, adoro estes amalucados tempos verbais, tanto que, ademais, nem o corrector ortográfico mos mostra como incorrectos, digo eu aquela linhita ondulada, vermelha, a caracterizar, qual quê disso, não. Mas a comparação. Em certos dias podia vender bolachas saborosas e crocantes e, em uns outros, se vendesse cubos de gelo ao saquinho de duzentes'chinquenta é que o negócio era negócio. Bom, na verdade não sei como sou, se num repente me acho simpática, pensando mais, e melhor, pois que não. Então: outros que o digam, em querendo. O certo mesmo certo, é que quando um atendimento público me desgosta, reflicto se, e hum. Mas as bolachas, que, já agora, vim cá para isso também. Escolhi tudo aos pares, porque seríamos dois a comer – eu e o meu colega. Escolhi quatro tipos mas só malembra de dois: lagartinhos e bolachas algo caramelizadas. Os lagartinhos eram muito bons, textura e sabor no ponto. As bolachas é que, pronto, nem por isso. O que lhes notei foi sal a mais. Sabiam bastante a manteiga, o que aprovo, mas salgada. Às tantas é o caramelo salgado, do qual até nem gosto assim tanto. Compreendo ideias em oposição – neste caso: doce/salgado – mas esta não me apraz. Dos outros dois tipos, pois que já não malembra de nada. Sei é que chovia em Lisboa e que a caixa das bolachas chegou ao estaminé com pingos em si. Usei a aplicação do meu telefone para intensificar os pingos, pondo o filtro 'impacto' no seu máximo, ó:
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