Num dos balcões está um recipiente amarelo com tampa vermelha que não duvido seja o das agulhas usadas pela senhora vet. Digo-me sem dúvidas porque durante algum tempo observei o senhor doutor retirando-me as agulhas de acupuntura e jogando-as para dentro de um recipiente igualzinho àquele. Mas que acordo maravilhoso por entre medicinas, lá isso.
Eu zanzando por mor de afazeres, um cão acordando no recobro. Falei-lhe, «oh tu estás aí; ah que tal vai isso; olá 'migo, então; hum, não consegues segurar a cabeça, ai ai ai». Contei ao meu colega a alucinação em que o bicho estava e ele disse que reconhecerá a minha voz para sempre. Isto caso algum dia me ouça de novo, claro.
A senhora vet estava de cotovelos apoiados na marquesa enquanto cortava as unhas a um gato acabado de ser anestesiado para uma cirurgia. E eu, confiando que a anestesia é coisa que leva o seu tempo a estar nos conformes, não contive o comentário meio começado e por acabar: «... enquanto espera, aproveita...» De volta recebi um sorriso, adivinhei-o por baixo da máscara.
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