Fui ao lugar escondido buscar coisas. Antes de me jogar às coisas, desviei um colchão da minha entrada. Ai esta gente, ai esta gente, a bloquear os meus escondimentos. Andei a medir mangueira ecológica, sabem, aquela verde, com lista amarela a todo o comprimento, é ainda caracterizada por conter uma rede por entre o plástico, ou seja: o plástico é aquilo a que realmente chamamos mangueira, fica entalada lá dentro, pronto. Falo da rede, quando digo entalada. Pois. Medi mais ou menos dez metros. Ó Gina, traz dez metros, se faz favor. E a Gina mede com os braços, é que a Gina nem usa aquela medida do braço até ao nariz nem nada disso, é esticar os braços e vai disto, afinal pouco importa que esteja ô puã, é trazer para ter e vender, quando solicitado, aí sim é medido ô puã, pois claro, e acabou a conversa. Não acabou nada. Devem ter entrado bichos – gatos, creio - no lugar escondido, os pacotes de lã d' aço estavam mexidos, resvalaram, foram ter com o papel higiénico e as grelhas de fogão. Mau maria. Não quero gatos nos meus lugares, que é lá isso, não sou mulher de gatos, muito menos a mulher dos gatos. Ah, a propósito do aço, não queiram saber as vezes que os clientes me pedem lã d'aço e é mas é palha d'aço. Eu explico, que adoro explicar coisinhas, a lã são fios metálicos finíssimos, a palha são fios metálicos bem mais grossos, muito embora sejam também finos. Eh pá, é assim: a lã d'aço lembra lã de casaco mas assemelha-se mais a algodão em rama ou assim, mas em metal, a palha d'aço lembra a palha que os burros comem, mas em metal. Eles, os clientes, pedem lã mas o que querem é palha. O pior nem é essa troca, quero lá saber, o pior é quando fazem cara de quem encontrou uma mulher que não sabe o nome daquilo que vende. É hilariante ou então irritante, depende dos meus dias.
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