segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Ó Gina, tu leste?


Sim, tenho, aliás, vindo a ler diariamente. E tenho, também, excerto e foto.


«Disse que os pensamentos dos grandes pensadores eram interessantes poque podiam divertir-nos a cabeça e pô-la a funcionar com novas palavras e frases esquisitas e saborosas mas mais nada, e ao dizer ocorreu-lhe uma imagem, que os pensamentos dos grandes pensadores eram como caça, não é que a carne da caça seja melhor que a carne normal que se vende nos talhos, normalmente até é pior, mais dura e com chumbos que podem estragar-nos os dentes, mas há um charme extra naquela carne que foi caçada para nós por alguém e isso torna-a mais saborosa.»

Assobiar em Público, Jacinto Lucas Pires







5 comentários:



  1. "A única história que merece ser recordada é a das ideias"
    Xilre

    (as de aviário, concedo, são sempre mais baratas e molinhas...)

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  2. E chumbos está longe de haver.

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  3. Kina: estive agora a ler o post do Xilre que referes acima. Não falta no meu blogue descrições do que fiz nos meus dias ou do que pensei. O que fiz é indubitavelmente mais pobre do que o que pensei.
    (Falo somente de mim para não ofender os demais.)

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    1. Olá outra vez, Gina, então:

      o comentário que te deixei resultou da relação que me ocorreu entre o post do Xilre e o bocado do livro que transcreveste. Neste último parece existir um certo desprezo pelas ideias, uma vez que compara o incomparável, as construcções intelectuais dos "grandes pensadores" com as casinhas com que todos nós brincamos diariamente. Até posso aceitar que as ideias dos grandes pensadores nos divertem a cabeça, jamais, porém, o "mas mais nada". E dizer que a carne melhor é aquela que mais facilmente se mastiga... enfim.
      Ao invés, o post do Xilre espelha um respeito e admiração pelas ideias que partilho. Até acho que "história das ideias" é pleonasmo ;)

      Ora pensar isto não me parece que possa ofender seja quem for.

      Boa semana!

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    2. Olá Kina

      Achei muito bela a parte do charme extra que há na carne que alguém caçou para nós, entendi como cozinhar algo em especial para alguém que me seja especial, sei lá, tracei uma ponte ou algo assim, coisas do imaginário, lá está. Na verdade foi o 'charme' que me prendeu ao excerto.
      E não ofendes ninguém, ora essa, falei em ofender por conta da parva da minha insegurança, não fosses tu (ou alguém que lesse, ou viesse, venha, a ler esta nossa conversa) pensar olha-m' esta a dizer qu' a gente não sabe escrever!, já que no comum da blogsofera está as pessoas publicarem coisas de e feitas por si. Vai daí usei-me a mim. Acho... Aliás: é todos os dias da minha vida que penso que o que escrevo é oco pra caraças, precisamente por ser tão meu, tão eu própria, tão é que fiz e eu é que vi. E ainda por cima é em muito, eu escrevo muito. Claro que depois penso em ti e em outras pessoas que cá vêm e não me deixo levar avante a ideia de o blogue ser inútil. Ou é mais fácil, se calhar é mais isso.

      Bom resto de semana :)

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