quarta-feira, 9 de outubro de 2019

gostar por gostar é gostar na mesma

gostar das pessoas sem ser amiga é:
proximidade sem intimidade
à-vontade sem abuso
confiança sem intrometimento

ser amigo passa por exageros:
o íntimo é invadido
o à-vontade é abusado
a confiança é avassalada

e eu que sei (oh se sei)
que a sinceridade é um repelente do caraças
contradigo-me assim
desavergonhadamente

3 comentários:

  1. Cláudia Filipa11 outubro, 2019

    Olá Gina!
    Foi ontem que li este post e o anterior, fiz uma miscelânea na minha cabeça e quis contar-te, mas o pensamento estava preguiçoso e não conseguiu traduzir-se em palavras, e, mesmo agora, não sei se já reparaste, está aqui assim a enrolar, a enrolar, a ganhar tempo, a ver se sai alguma coisa de jeito, então, tudo para dizer que gostei tanto, mas tanto deste post, é, para mim, a definição perfeita de, vou chamar-lhe à-vontadinha, aquela coisa que pode ser o meter o pé na poça das relações, aquela fronteira entre a intimidade boa e o excesso que as estraga, seja qual for o tipo de relação, e não penso nada que exista aí qualquer contradição, penso que o que existe é muita lucidez e respeito pelo outro, ser sincero não tem nada que ver com atropelar, invadir, espezinhar, desrespeitar, ser sincero penso que demonstra até que nos importamos, que queremos saber, agora, penso que a forma como somos sinceros também faz toda a diferença nisso de não funcionar como repelente, sermos sinceros não tem nada que ver com sermos, desculpa-me o termo, umas bestas. A forma como relaciono este post com o anterior pode encontrar agora aqui a ponte, nessa coisa de parecer-te que não serás tu, ou serás um tu diferente quando escreves, uma não total identificação com um tu na prática, que, afinal, poderá ser uma forma de não sinceridade, e assim, aqui, por exemplo, se dissermos que gostamos de ti, estamos a gostar de uma Gina que nem tu sabes bem se existe, pois, olha, eu gosto muito de ter esta ideia, que para mim é a verdade e pronto :-), que as pessoas quando escrevem, assim num blog, tipo diário, e mesmo quando não é tipo diário, estão, muitas vezes, a ir às profundezas delas próprias, a encontrar o seu potencial, portanto, penso que são é muito elas quando escrevem, claro, arrumam as palavras, apresentam-nas o melhor que conseguem, dentro daquele que é o seu estilo, como eu estou a tentar fazer agora, arranjamos as palavras assim como também nos arranjamos a nós, não saímos para a rua nus e não comemos com as mãos o que é para comer com talheres, mas continuamos a ser nós, ou não? Mas um nós que, naquele momento, se concentrou para escrever, parou para pensar e, talvez por isso, fique essa sensação de uma melhor versão, pois eu penso que há assim uma fortíssima possibilidade, assim mesmo para o fortíssima, de seres "apenas" tu, só que a escrever, e a tirar fotografias e todas as outras coisas dessas ideias tão tuas;

    Agora, Gina, depois de já teres respirado de alívio por eu, praticamente, só comentar as coisas do PMS e da Susana, despeço-me desejando que tenhas um fim de semana o mais ao teu gosto possível. :-)

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    1. Oa essa, Cláudia Filipa, gostamos dos teus comentários, tens un jeito muito especial de gostar das pessoas e apreciá-las. Fiquei de lágrimas nos olhos, mas eu já se sabe que sou um bocado lamechas. Um excelente fim-de-semana para ti.

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    2. Desculpa a curta resposta, mereces mais, é que estava no telefone e em ambiente um bocado barulhento e ainda por cima comi letras às palavras.
      Obrigada pelas tuas palavras, eu às vezes duvido-me, não me acho no que deixo escrito para vocês, tenho medo de exagerar, muito embora alguém me tenha dito há bem pouco tempo que escrevo de uma forma muito despreocupada, e eu cheia de medos e o caneco, pois então como assim despreocupada, mas não sou eu afinal? Pronto, este género de questões. E sim, fiquei mesmo com a lagriminha. Bom fim de semana, Cláudia Filipa.

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