O dia em que fiquei desempregada foi precisamente o dia em que fui empregada, 1 de julho. Isto, obviamente, em anos diferentes e, outro obviamente, no mesmo emprego, ou seja: no velho estaminé. Hoje, 19 de novembro de 2019, é o último dia desse emprego a que não quero chamar desemprego, mas a agulha mudará, lá isso é verdade. Dantes eu tinha 49 anos e agora tenho 51 e, tanto um número como o outro, é como ter quase 50. Bem que o Zé diz que estes anos assim são a terra de ninguém (estou para aqui a pensar que já fiz registo desta ideia no blogue), que não se é nada, nem novo nem velho, nem pão nem bolo, fica-se para ali, num meio quase sem propósito nenhum, é-se fumaça, mas ténue, reflexo, holograma. No fundo no fundo nada. Nada, mas é.
A propósito de Zé, mas este é outro, de manhã fomos beber café ao café do Zé. Lá já é Natal, luzes piscam, brancas e limpas, nada de extraordinário para não fugir a atenção da montra com comeres e beberes. Mandámos vir três cafés: um curto, um médio, um cheio. Todos do melhor. Actualmente o café do Zé é o detentor do melhor café de Lisboa. Ainda lhe dura a medalha, que fui eu que inventei, é opinião do gosto pessoal que melhor conheço, o meu. Mandámos vir também uma empada de galinha e um croissant simples. A empada bate o croissant, quais francesices, quais quê, há lá massa mais crocante e saborosa que aquela, a da empada? Claro que não.
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