sábado, 23 de novembro de 2019

Gina, numa relação com o supermercado.

Quando entrei no supermercado verifiquei logo que a Julia Roberts estava mais simpática. Ou então era cortesia por imitação, já que um cliente se inclinou para ela para a cumprimentar. Depois choveu copiosamente em cima dos telhados que cobriam a gente todos. Sempre quis que copiosamente aparecesse no meu blogue. Em tempos tinha a mania de me pôr para aqui a dizer que o meu escrever era um 'expor copioso'. E era. E é. E avagou. Digo: a chuva.

Então não há pimentos?, pensei eu, a dada altura. Mas havia. Além de haver no supermercado, havia também em casa.

Encontrei a folha de jacarandá, uma daquelas grossíssimas e castanhíssimas, no chão, ao pé do carro. Viajara comigo desde a praceta. Ca fofa. Estava no chão, e aqui passa de fofa a pobre, porque abri a parte de trás do carro… Isto diz-se…? A mala do carro para retirar os sacalhões da bagageira e mandei-a para o chão e ela foi. Há folhas muito obedientes. Logo três classificações para uma folha morta. De árvore, atenção.

Quando fui arrumar o carrinho de compras notei quatro etiquetas de maçãs de Alcobaça naquela peça de onde sai a corrente que liga os carrinhos |como se eles quisessem… ai.| Lembrei-me das maçãs que escolhi, algumas tinham manchas acastanhadas, as quais asseguram extrema doçura aquando das trincas e foi a essas que joguei a mão. Além de ter escolhido as maçãs não me baseando em beleza alguma que delas me chegasse, adicionei um critério, optando pelas que tinham duas etiquetas. É que muitas das maçãs da bancada tinham duas etiquetas, e então toda eu rejubilava, mormente se tivessem, por junto, as tais manchas acastanhadas de que já todos estamos conhecedores. |... né?| |hum-hum, é| Para que é que isto interessa…? Para nada, 'migos, podem bazar quando, e se, quiserem, eu gosto de vocês na mesma.

Contrariamente ao maior dos meus hábitos, que é chegar a uma mesmíssima hora ao supermercado, concretamente: a abertura, hoje cheguei um pouquinho depois porque o pedal do travão não estava a ir até abaixo, ainda que fizesse o seu trabalho com montes de rigor e rapidez. Telefonei para o meu agente, aquele especial, aquele a quem eu faço os doces que me pede, e pesquisei: olha lá, isto assim e tal, como é? E ele que tudo bem, logo que não houvesse tremedeira no pedal eu que fosse… pá, onde quisesse, e desse voltas, e viesse.

Olhem:
eu comprei coisas a mais.
As minhas compras foram (e geralmente são) deste género:
Ah, que bom, maçãs, vou fazer crumble!
Ah, frutos secos, pois é, vou mas é fazer um brownie, há tanto tempo que não faço e descobri uma receita tão boa e que calha sempre tão bem!
Ah, gelado! Para o crumble! ou para o brownie! Depois logo vejo o que faço.
Ah, esta manteiga é tãããããão boa mas, e, tãããããão cara, mas vale muuuuuuito bem o seu preço… Um bolo de manteiga feito com esta manteiga é um… Deslumbramento, vá. Fico deslumbrada quando meto um bolo assim na boca.
Ah, curgete, e que tal um bolo de curgete e chocolate? Há tanto tempo que…
Ah, massa folhada, hum, eu até gosto de fazer a minha própria massa mas esta também é boa, posso fazer uns palmiers, né?

Depois das compras, como estava quase na hora da abertura das outras lojas, eis que me ponho a escolher uma t-shirt para treinar, que estou faltosa de uma que me fique benzinho, porque a pessoa gosta, não só de andar benzinho aquando na rua, gosta também de andar benzinho aquando no treino.

Ah, fui atendida pela Julia Roberts. Aposto que é uma pessoa mesmo boa, só não sabe é como mostrar, né 'miga?













hum-hum, é, diz ela, isto comigo a fazer-lhe de conta




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