Depois estendi-me na cama mas não liguei o rádio, preferindo ouvir os sons do ambiente. E ouvi. Os vizinhos de baixo conversavam, os passarinhos cantavam, a máquina da roupa rodava o tambor. Mirei, outra vez, o cimo do abacateiro, o tal que parece o mapa de França, e que é das primeiras coisas que vejo em cada dia. Notem bem: vejo o abacateiro antes de me ver a mim! E vejo o mapa de França formado pelos seus troncos e ramagens. Mas entendo que pode esta questão ser obra da minha cabeça, uma invencionice, daí não escolher tirar-lhe uma fotografia e publicá-la no blogue. Primeiro porque acho que lhe retiro aquele! encanto. Segundo porque é toda uma esperança no inglório - raríssimas vezes a lente capta o que vejo. Vou ficar sossegada. Sossegadinha. O cimo do abacateiro que continue a ser o desenho do mapa de França cá por dentro.
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