sábado, 15 de fevereiro de 2020

Gina, numa relação com o supermercado.

Bom dia! Está tudo bem com vocês? Claro que sim, por isso continuo.

Gina ligou ignição de carro e soou sons de rap de rico filho, que fora último condutor. Gina ligou ignição de carro e escovas de pára-brisas gingaram, concluindo Gina que chovia quando rico, e distraído, filho largou carro. Porém, escovas estavam desfasadas de ritmo de rap. Gina não ligou Ok Google para saber qual canção de rap era aquela, Gina tinha pouca bateria em telefone, Gina não queria usar esse resto em temas que já apresentou em blogue duas ou três vezes, Gina queria sobretudo usar resto em microfone em movimentações por supermercado, Gina tem sempre considerável número de temas que despoletam em sua cabeça aquando de tais movimentações, Gina descobriu recentemente que manter microfone suspenso gasta bateria em bués, Gina fez, portanto, assim. Ah, Gina vai deixar este tom de escrita em seguida, crê firmemente ser cansativo para leitores.

Retirei o som do rico filho e procurei um dos meus, um que não ouvisse há algum tempo. Decidi-me por uma lamechice do caraças – Stand Up For Life, Destiny Child – e que já em tempos foi a canção de ida e vinda ao, e do, supermercado. Vírgulas... Ah, que maravilha! Esta canção é um hino à vida e não me acrescenta assim tanto, não fora as belas vozes e pouco soaria. Contudo, de corriqueirices está o mundo cheio e, mas, qual é a corriqueirice que nos mente? Nenhuma. Nem uma.

Uma maçã que é pink e que é lady só pode ser to love you. Sério. Que linda embalagem, a do amor, a da data de ontem, 14 de fevereiro.
Ai.
O.
Amor.
Mais à frente vi maçãs pink kids. Eram mais pequeninas, portanto, e quiçá, de sabor mais concentrado. Não vou poder certificar-me, essas não comprei.

Quem é a pessoa, quem é ela, que só abre o canhenho na página das faltas de supermercado quando a meio das compras?
Quem é a pessoa, quem é ela, que consulta o canhenho sem vontade?
Quem é a pessoa, quem é ela, que constrói o canhenho a espaços e esquece montes e montes de faltas?
Quem é a pessoa, quem é ela, que compra mais itens fora da lista do que dentro?
Eu.
Eu.
Eu.
Eu.

Escolhi uma faca azul. É toda gira. Vai servir para me cortar, mas sem eu ter esse propósito.

Uma senhora mirava atentamente o preço dos tomates cacho. Eu comprei dos cherry. Hum-hum, são aqueles pequeninos, são.

À semelhança da semana passada, o cavalheiro que se encontrava na reposição das embalagens de queijo ralado também suspirava. Ainda que sei lá eu se o homem estava em sofrimento - há que ter uma certa empatia para com a humanidade em geral, né? - a verdade é que três ou quatro embalagens que este atirava de uma vez para a prateleira, sequer se aproximam do peso de uma caixa com cinco resmas de papel A4 com que o outro teve que carregar, elevar e depositar. Há trabalhos com tarefas difíceis, e não estou a ser irónica.

Com as compras que fiz hoje acumulei vinte e dois cêntimos no meu cartão. Estou feliz. Estou a ser irónica.

A minha amiga de infância... É incrível como na infância eu tinha amigas...
A minha amiga de infância deve ter mudado de carro. É que a ela vi-a eu, mas não o seu carro quando regressei ao parque.

Acerca do dia de ontem, o do amor, 14 de fevereiro e mais isto e mais aquilo, vai-se a ver e o arroz está só meio queimado porque comprei as cervejas mas não o camarão. E isto é uma alusão ao que ontem ouvi na Rádio - nesse dia só se vê, ou pede, ramos de flores vermelhas destinados às amorosas mas não se vê, tampouco se espera, que, aos amorosos, aquelas ofereçam packs de cervejas e embalagens de camarão.
Vai-se a ver, e tudo quanto este item encerra, está de comunhão com a vida que vivia enquanto o anotava vocalmente – um casal estava em grandes ternuras dentro do carro. Ó 'migos, deixem-se lá disso, agora não é preciso essa imposição toda, dantes é que os namorados se beijavam longamente e publicamente com o intuito de provocar os transeuntes. Era, era.

Às arrecuas é o meu modo preferido de estacionar. Em espinha ou em perpendicular, mas às arrecuas. No caminho vim a ouvir outra vez a canção lamechas supracitada e outra vez me apoiei em corriqueirices. Quero eu dizer em verdadeiras corriqueirices verdadeiras. Pois.

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