Tenho uma espécie de saudades de ler, já não é mau. Ou seja, tenho saudades de ter saudades. Não, tenho vontade de ter saudades, assim é que é, porque na verdade não tenho saudades nenhumas de ler. Isso traz-me um certo desconforto, quando não leio sinto que não há mais ninguém no mundo, é como se estivesse efetivamente sozinha. Pois. Não, isso não é bom, e isso não é bom porque eu gosto e quero e preciso de estar completamente sozinha... Mas não posso ter/manter essa solidão porque o mundo faz-se de pessoas.
Eu diria que a leitura e a surpresa estão tão ligadas como a árvore a sua raiz. Porque leríamos senão para nos surpreendermos? Faz parte da condição de leitor, acho eu -- espécie esta, a dos leitores, que é um peculiar subconjunto da espécie humana. Talvez até tenham seguido um percurso de evolução diferente, sabe-se lá?
ResponderEliminarLeríamos pela companhia, penso eu. Mas isso da surpresa, parece-me que sim, também. Ah e tal, a ver se há novidades neste livro... ;) Percebo o ponto de vista. Se calhar este seu comentário traz de arrasto o tema do post anterior, onde me anuncio quase dependente de surpresas. Não sei, digo eu.
ResponderEliminar