Hoje de manhã cheirou-me a erva-doce. Eu explico, que eu adoro explicar coisinhas. No fim-de-semana passado mudei a cozinha. Não é que tenha passado a cozinha para o quarto e o quarto para a cozinha, não, é que tirei o móvel que apara o microondas, a batedeira montes de espectacular e uma catrefada de frutas e legumes, para o colocar no lugar onde se encontrava a mesa e as cadeiras, já a mesa e as cadeiras, arrastei-as para o lugar onde estava o móvel que apara aquilo tudo que já referi. Mas não exatamente para o mesmo sítio, não é que no lugar dos pés dum eu tenha assentado os pés da outra, nada disso, que a mesa e as cadeiras tiveram que ficar mais à esquerda e para cá do que estava o móvel, por conta de a gente poder sentar-se, e o móvel com aquilo tudo em cima dele teve que ficar mais para a direita do que estava a mesa. Está tudo muito bonito. Dantes estava também tudo muito bonito. Eu é que tenho a mania de mudar os imutáveis, se forem dum peso que eu aguente, tanto melhor, não me moam os cornos que eu arranjo-me bai mai selfe.
Mas o cheiro de manhã.
Para que a ordem cadeiral não fosse alterada e a gente todos se sentasse nos lugares de sempre, com as pessoas à esquerda e à direita que sempre estiveram aí, acabei por ficar juntinho da gaveta que contém algumas especiarias (há pouco esqueci-me de referir que o móvel também comporta especiarias... ai que falta a minha, oh céus) e eis que hoje de manhã me cheirou a erva-doce, sem que tenha sido este o meu primeiro sentar. Foi uma descoberta. Primeiro não curti nada a cena, porque me cheirava a qualquer coisa mas não sabia o quê, depois percebi o quê e fiquei felicíssima.
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