Estive durante uns quinze minutos a falar com um homem sem me lembrar que é um homem, antes achando que é um ser e pronto. Olha, pensei eu, que bom, é mesmomesmomesmo bom sentir este tipo de desligamento, esta ausência de género sexual. Mas encontrei rapidamente o avesso, que isto a vida é mesmomesmomesmo assim. E o melhor é nem pensar mesmomesmomesmo, por nesse descanso residir o perigo. E se estou a parecer uma crente ferrenha numa religião qualquer, sempre com medo de fugir às leis divinas, e não divinais. São extremos. Há uma diferença entre divino e divinal, percebem. Claro que sim, por isso continuo. Mas dizia eu, se estou a parecer uma crente assustadiça, ou mesmo uma patetinha, então era isso mesmo que eu queria transmitir, é que era mesmomesmomesmo. O perigo espreita, uhhhh.
A vida é-se tão avessa a si própria que eu não ando na rua sem sutiã. Pois. É que ia perceber-se que não tinha sutiã, prefiro que se perceba que tenho sutiã, percebem. Claro que sim, mas não é por isso que termino a prosa aqui.
Detesto quando, vezes a mais, o género se intromete entre os seres.
ResponderEliminarTão raras, as vezes em que não.
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