E leste? E li? Ó Gina, tu leste? Li?
Li.
Entretanto pus-me a mexer na badana da capa do telemóvel por me encontrar sem condições de continuar a leitura –abre-fecha-abre-fecha-abre-fecha- e uma das septuagenárias pôde ver o meu gesto repetitivo por entre as cadeiras transparentes. Isto da transparência calha a todos.
Seguidamente tenho excerto retirado do livro do momento, 'Um quarto que não é seu', Alicia Giménez Bartlett, da página 19, e tenho também uma foto tirada à chávena de café e ao número que saiu de dentro da minha mala novíssima e lindíssima. Como creio ser consabido, na confeção de roupa, malas, sapatos, os moldes dos ditos são numerados por modo a facilitar que partes juntar a que partes, por modo a montar uma peça convenientemente, por modo a que as pessoas ostentem vestes e acessórios dignamente. Então vá, primeiro o texto, que não é meu e portanto podeis suspirar com alívio e descansar as vossas cabecinhas das repetições tolas que ultimamente tanto apresenta esta que escreve, e ao depois vem a foto, que não classifico, deixando ao critério de quem vem. Porque a foto não existe, afinal, por qualquer motivo a máquina não captou. Mil desculpas. Depois de a ideia estar exposta é que fui abrir a máquina para ver a foto que não vi afinal. Não está lá. Não sei o que se passou. Mil desculpas. Mas há o texto, aquele que não é meu.
«Ouço a respiração da Lottie, que assim que cai na cama dorme que nem uma pedra, nem sequer fica um bocadinho enfiada entre os lençóis a pensar. Assim nem repara como é agradável quando o sono começa a chegar e já não se consegue pensar mais, porque o que vem à cabeça são disparates e uma pessoa deixa-se ir e dorme em paz.»
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