Vinte e dois de dezembro de dois mil e dezassete, foi o dia em que vi todas as árvores da praça nuas, à exceção de uma em que as folhas, teimosas (como são os velhos e as crianças, e a teimosia estende-se infinitamente mas ópois não fica fixe) como folhas velhas, que se agarram aos ramos e dali não se deixam cair,. E olhem que estão secas que eu sei lá, e lá estão.
Na praça vi também a temperatura atmosférica no placar do costume, 20º, às 14:e tal, calor do caraças, estive até sentada no banco hater, há quantos meses lá não pousava o sim-senhor à conta da chuva e do frio, uns dias, um, outros, outro, ou outros, ambos. Mas hoje lá estive eu, tipo a matar saudades ou coisa assim, foi até momento para deixar a caneta preta, que entretanto se me acabou e eu estava sem coragem de a deixar em algum lugar, olhem, ficou ali, a dar cinzento ao cinzento, num dia de inverno soalheiro. Num dia soalheiro e de inverno. Num dia que é inverno e que está calor, tanto calor que tirei o cachecol e não muito depois a brisa estava a fazer-me cócegas no pescoço. Tão bom. Isso dos cinzentos veio-me à conta de o banco hater ser cinzento e a caneta, agora sem tinta, também.
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