Os bichos-gato não quiseram saber de mim para nada, já num post abaixo está isso explícito, e agora reforço a ideia. Quero dizer: Kildo, o extrovertido, logo ao início ficou, uma vez mais, interessadíssimo no conteúdo do balde, creio, porque quero crer, que o interesse se deveu a um perfume diferente que adicionei à água. Pouco depois lá estava ele, debaixo da mesa da sala, mas em cima de uma cadeira, sentadinho, rabo tapando as patas dianteiras, como é comum na raça, mirando eu de um lado para o outro. Pus-me nas cenas do costume e, a dada altura, ouvindo o arrastar da porta da cozinha, Kildo correu com destino à varanda. Não deixei que lá chegasse, claro, e ele já não largou a soleira da porta, cheirando a fresta uma vez e outra, até que se sentou à espera que eu me descuidasse. Já Karen, essa sim, se debaixo do edredão estava quando cheguei, debaixo do edredão se manteve enquanto por lá cirandei. Mas eu gosto de a ver, tanto gosto que a espreitei: olá Karen, estás aqui?, ah tu estás aqui...É linda, a bicha-gata, clarinha em pêlo e olhos, pena não se deixar ver tanto como o seu mano, já a senhora diz e digo eu também. A propósito de dizer, enquanto lá estou, digo bué coisas aos bichos-gato com a certeza de que não me entendem, mas não faz mal, eles gostam de mim na mesma.
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