terça-feira, 12 de novembro de 2019

Estrelinhas

Zero estrelinhas, 'migos. Zero. Entretanto sucumbi aos protestos do rádio, ó Gina tu nunca me passaste o pano, ó Gina passa-me o pano, ó Gina, vá lá. Passei. Ficou lindo. Brilhante que só visto. Tanto o rádio como a caixa do pão, já agora, né? Pronto, dou muita atenção aos objectos. Quem é que ainda não tinha reparado nisso? É preciso estarem aqui pela vez primeira para não terem percebido tal obsessão desta que vos escreve. Mas, para ficar eu um tudo-nada parecida com alguém que é capaz de conviver, antes havia tido uma conversa com a menina. Ela segurava um boneco, que me pareceu uma rena, e fez conversa no sentido de expor os nomes dos dedos, comparando-os, inclusive, com os chifres da rena. Pá, se calhar são comparáveis, eu é que sou uma naba do caraças e não percebo nada de chifres. De rena, claro, que de outros, pronto. Mas a menina. Perguntou-me qual era o polegar e mostrei-lhe um dos meus, orgulhosamente. Sorriu como se fosse a professora e tivesse ficado contente com a minha prestação. Depois seguiu com a questão, mostrando e nomeando o - indicador. Do dedo seguinte revelou apenas a primeira sílaba - mé..., dando ênfase para me encorajar. Percebi que era a minha deixa e avancei – médio. Continuou no comando e ordenou que o seguinte dissesse eu, – anelar, respondi, com pompa, e ela pôs outra vez o sorriso de professora congratulada. Chegadas que estávamos ao mindinho, avançou ela – mindinho! E ainda acrescentou que era este o nome porque é o dedo mais pequenino.
Sempre achei que o mindinho tem um nome com inho precisamente por ser, não só pequenino, como o mais pequenino. Não encontrei uma maneira infantil de transmitir esta ideia à menina, conviver com crianças não é assim tãããããão fácil.

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