Preguiça nunca, jamais e jamais, poderá ser sequer comparada à astenia. É que não têm nada a ver. Andei a reboque da minha presença todo o dia – tratei do pequeno-almoço, o que incluiu fatias douradas e sumo de laranja, comi, fiz a cama, cozinhei o arroz e o feijão em tachos separados, tratei dos filetes da descongelação até à fritura, comi, fiz um bolo de pistácio, comi, engoli um montão de cafés que fui eu que preparei, um foi até duplo, pus roupa a lavar e tratei dela até ao estender, apanhei, dobrei e arrumei a que estava estendida e já seca, arrumei a louça lavada e pus mais a lavar e arrumei-a pus mais a lavar. Não senti preguiça de tratar destas questões, mas tenho a astenia na base do cérebro, querendo subir. Só que o meu profundíssimo desconhecimento sobre o descanso, ajuda bastante a mantê-la aí. Não, eu não sei descansar, perdurando, assim, a antiquíssima ideia de que tenho que estar sempre a fazer coisas, para não pensar em coisas. Coisas. Pá, coisas e coisas. Estar constantemente ocupada não é mau de todo, bem sei, já me salvou vezes, que não foram poucas.
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